Entrudo e Carnaval são duas palavras com etimologias diferentes mas ambas se referem ao período que vai desde o Domingo da Septuagésima – também chamado de Domingo Gordo - até à Quarta-Feira de Cinzas.
Entrudo deriva do latim (introitus), significa “entrada”. A tradição romana assinalava este período com festas em honra de Saturno, cujos ritos e cerimónias tinham como objectivo despertar do novo ciclo da “Mãe Natureza”: as Lupercalias asseguravam a fecundidade dos homens, animais e campos.
Carnaval tem origem na Idade Média, por influência cristã , e significa o “adeus à carne” ou “carne vale”. Antecipa a entrada no período quaresmal, caracterizado pelo jejum, abstinência ou sacrifício penitenciador. Durante o período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos populares, segundo os costumes de cada região. Os tempos mais modernos valorizaram os desfiles e as fantasias.
Por ser um período de despedida à carne, é também de excessos, de liberdade, onde “tudo” é permitido. É também de avaliação e “sentença” popular, de muita sátira e paródia, pondo a nu as “verdades” escondidas e as censuras camufladas. Sem formalidades nem invocações de estratos e posições sociais ou determinações do poder instituído. As máscaras são uma caricatura da vida local e comunitária, num período de festas em que os homens podem vestir-se de mulheres e as mulheres disfarçar-se de homens.
A gastronomia deste período é especialmente reforçada, com relevo para as carnes de porco, fumados e enchidos. A par dos corsos carnavalescos que ocorrem em todos os concelhos, com gentes de todas as idades, sobressai a tradição dos cortejos do Pai Velho, na aldeia de Lindoso, Ponte da Barca.
Lindoso
Por Santa Marta de Portuzelo
