Ilustre Santamartense, aposentado, antigo Presidente da Junta de Santa Marta de Portuzelo, tem dedicado muitas horas do seu tempo na invertigação de vários assuntos. Por Santa Marta de Portuzelo reconhece o seu investimento pessoal e procura divulgar o que de melhor se produz nas várias árias do saber e conhecimento.
PALESTRAS SOBRE O RIO LIMA
EFECTUADAS POR: LUÌS GONZAGA PARENTE RIBEIRO MOREIRA
Antes de entrar propriamente no assunto em epígrafe, achamos oportuno introduzir e esclarecer alguns conceitos, relacionados com esta temática, realçando a relação existente que os rios têm, no conjunto do nosso Planeta. GAIA é uma palavra Grega que significa a Deusa Terra, a qual, do ponto de vista de muitos geólogos e biólogos, se assemelha a um SER VIVO, tendo em conta a sua dinâmica e a interligação que possui com todos os seus sistemas. Em termos comparativos, podemos afirmar que as florestas não são mais senão os pulmões do nosso planeta, tendo as plantas a função de "poluir" a atmosfera com oxigénio, contrariamente aos animais que "poluem" a atmosfera com dióxido de carbono, vulgo Co2. Como se verifica, a "poluição" produzida por uns passa a ser o "alimento" dos outros. De modo semelhante, podemos dizer que a água existente nos oceanos, nos rios, nos lagos e noutros locais, corresponde ao sangue que circula no nosso organismo. O mar tem a função de um coração, com o aurículo a receber o sangue proveniente dos rios, do degelo dos glaciares e das chuvas, e o ventrículo com a função de devolver aos mesmos rios, ribeiros, lagos, canais freáticos e glaciares, o mesmo "sangue" através da evaporação. Em termos comparativos os rios, corresponderão às artérias, e os ribeiros, aos vasos capilares. O nosso organismo é composto por 70% de água, o que significa que para haver vida tem que haver água, sendo portanto o elemento químico mais importante do nosso Planeta. Por sermos constituídos, como atrás referimos, por aquela grande percentagem de água, é fácil, pois, explicar porque é que nós gostamos de dar mergulhos no Rio Lima e consequentemente adoramos estar debaixo de um chuveiro ou noutro qualquer local onde haja água. Esse prazer físico tem a ver também com o nosso crescimento e desenvolvimento na bolsa de água existente no ventre materno. O bebé, mal nasce, começa a chorar, por ter "saudades" de abandonar a água contida na bolsa, onde viveu por norma 9 meses. A água, como é sabido, é uma substância extraordinária, que se traduz e consiste numa molécula triatómica, composta por um átomo de oxigénio, com o símbolo químico O, e dois átomos de hidrogénio, com o símbolo químico H, sendo por conseguinte representada ou simbolizada por OH2. Pensa-se, segundo estudos que ainda decorrem, serem necessárias, no mínimo, o conjunto de seis moléculas para ocorrer o acto de molhar. Henry Cavendish, nascido em 1731, na cidade de Nice, em França, foi o primeiro homem a decompor a água em oxigénio e hidrogénio. A água pode-se dizer que está por todo o lado. Na atmosfera, em forma de vapor, produto da sua evaporação, produzida pelo calor, causado pelos fotões emitidos pelo sol. É fácil encontrá-la nos oceanos, rios, lagos e no subsolo, em estado líquido e por fim nos Pólos Norte e sul, em forma de gelo. Como nos ensina a Lei de Lavoisiér, "na natureza nada se perde, nada se cria e tudo se transforma", significando, portanto que a água existente no nosso Planeta em estado líquido, gasoso e sob a forma de gelo, é sempre a mesma. Contrariamente ao que alguma gente julga, toda a água existente nos rios tem a sua origem na precipitação sob a forma de chuva. Na civilização Grega, 350 anos antes de Cristo, a água foi utilizada como medidora de tempo através de relógios chamados CLEPSIDRAS. Mais tarde, esses mesmos "relógios" continuaram a ser utilizados pela civilização romana, que serviam como medidores de tempo, nos tribunais. Tratava-se de dois recipientes de pedra, colocado um por cima do outro, tendo o de cima determinados furos, que deixavam passar a água para o de baixo, a uma velocidade constante, fixando, quando se esgotava, um determinado período de tempo, que era dado como disponível aos advogados das partes que chegavam a atingir períodos de 20 minutos.
Por Santa Marta de Portuzelo